Nota Biográfica:
José João Neves Cardoso foi o primeiro Comandante-Geral da Polícia de Segurança Pública em Democracia. Militar de carreira, frequentou a Escola do Exército, onde concluiu o Curso de Artilharia em 1943. Fez várias comissões em África, durante a Guerra Colonial, distinguindo-se sobretudo pela acção que desenvolveu na Guiné. Exerceu competências no Secretariado-Geral da Defesa Nacional, foi professor no Instituto de Altos Estudos Militares e desempenhou funções de comandante no Regimento de Artilharia de Lisboa (RAL1/RALIS).
Homem da confiança do General António de Spínola (1910-1996), após a Revolução de 25 de Abril de 1974, já na qualidade de coronel, foi nomeado Comandante-Geral da PSP. Num período marcado por intensa agitação político-social, esforçou-se por romper com a imagem de uma polícia ligada ao regime deposto, tentando incutir na corporação os novos valores que então emergiam na sociedade portuguesa. Por sua iniciativa, foi dissolvida a famigerada “Polícia de Choque” (Companhia Móvel de Polícia, uma força claramente conotada com atos de violência e repressão em manifestações de oposição ao Estado Novo. Foi afastado do Comando-Geral na sequência do golpe falhado de 11 de Março de 1975 e substituído nesse cargo pelo general José Pinto Ferreira. Em Dezembro de 1975, foi designado a assumir o cargo de director da Instrução do Exército e em Junho de 1976 recebe a graduação de general. Regressou ao comando da PSP em Agosto de 1976, onde permaneceu até Fevereiro de 1979.
Pelo seu desempenho militar foi agraciado com vários louvores e condecorações, das quais se destacam a Ordem Militar de Avis (5/05/1961) e a Medalha Militar de Serviços Distintos.